Bem- Vindo

Saúdo a Todos com a doce PAZ do Senhor :)

sábado, 27 de novembro de 2010

Ter fé

... Uma frase que, depois de tantos anos, ainda ouço, muito nítida, toda vez que meu coração bate mais forte por algum encanto: “Peça a Deus para que aconteça o que for melhor para você, porque Deus sempre sabe o que é melhor para nós; a gente, não.” ...

Olhando para trás, porque às vezes só bem mais a frente conseguimos entender certas coisas do passado, eu percebo que, em vários momentos, ainda que eu não pedisse, parece ter acontecido o que Deus sabia que era melhor para mim e não o que eu superficialmente imaginava saber. Percebo que em algumas circunstâncias em que cheguei a lamentar pelo insucesso de planos que eu considerava os melhores do mundo, eu estava, na verdade, sendo poupada de encrencas das grandes. Hoje, eu entendo que quando a minha vó dizia aquilo ela estava apenas sugerindo, com outras palavras, que eu tivesse fé. Essa entrega diante do desconhecido. Essa possibilidade de soltarmos o suposto controle que acreditamos ter. Esse sentimento de que fazemos parte de uma inteligência que tudo toca, ama e conhece. Essa humildade para reconhecermos que na esfera da nossa mente mais grosseira nós sabemos muito pouco, quase nada. Essa confiança de que acontecerá realmente o que for melhor para nós, ainda que no tempo de cada acontecimento, tantas vezes cegos pelos nossos desejos, não possamos entender o que somente a nossa alma sabe.

Deus e a nossa alma vivem em contínuo diálogo desde os tempos mais remotos. São confidentes um do outro. Sabem segredos preciosos que não nos contam enquanto não nos for possível entendê-los. Veem cada fato sob uma perspectiva pela qual muitas vezes ainda não sabemos enxergar. Conhecem o jeito como as peças se encaixam, enquanto nos desgastamos tentando encaixá-las de qualquer maneira, com sofreguidão, para atender aos nossos interesses imediatos, mesmo que, restritos pela urgência dos seus apelos, não tenhamos visão do panorama real.

A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. Na fé, eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor para mim. Eu não sei, mas Deus sabe. Eu não sei, mas minha alma sabe. Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender.

Ana Jacomo

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As Palavras

"A boca fala daquilo que o coração está cheio." (Mt 12:34b)

Nosso coração é como se fosse uma estufa. As palavras e sentimentos que entram nela são preservados para que seu crescimento seja bem sucedido. Isso remete a um ditado popular que diz: Quem semeia alegria, colhe felicidade, semear vento é colher tempestade. Todas nossas escolhas, atitudes e palavras estão relacionadas ao que plantamos a cada dia. Nessa linha, quando deixamos os maus pensamentos entrarem na estufa, nossa boca reflete o que está acontecendo em nossa vida. Então, quando o mau pensamento entrar pela boca, deve-se deixá-lo descer pelo ventre e ser eliminado do corpo. Em contrapartida, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Filip. 4.8), instalando na estufa do seu coração. Para você perceber se sua estufa tem bons frutos e que seu coração está cheio do amor de Deus, confira as perguntas abaixo, responda-as e reflita.
1. Você freqüentemente anda chateado, preocupado, aborrecido e de mau humor?
2. Apesar dos seus problemas pessoais, você sempre lança palavras boas?
3. Você concorda no que diz em Lucas 6:43-45, “Uma árvore boa não pode dar frutos ruins, assim como uma árvore ruim não pode dar frutos bons”?
4. Você crê que uma pessoa pode dar amor, se ela não tem amor?
5. O que você anda fazendo para preservar a estufa do seu coração com bons pensamentos?

Guarde na tábua do seu coração:
A língua é fonte de grandes bênçãos, mas, pode também disseminar uma infinidade de males. E para o domínio verdadeiro deste órgão tão pequeno, é preciso uma vida de santidade, dobrada diante do trono do Eterno. “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno... a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido... com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens...” (Tg 3.6,8,9)

A Importância de Plantarmos Boas Sementes
(Autor Desconhecido)

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, e de uma carroça vazia. . .
Perguntei-lhe então:
- Como o senhor sabe que a carroça estava vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, respondeu ele, é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, tratando o próximo com grossura, prepotente, interrompendo a conversa dos outros ou querendo demonstrar que é dona da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai, dizendo: “Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz…”

Texto extraído do site:  Gosto de Ler 

Combina muito com esse texto uma música linda do novo cd da Vanessa da Mata, segue aí =)


sábado, 13 de novembro de 2010

Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Itinerário

Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.
Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas minhas.
Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.

Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia. Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.
Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.

Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.

ANA JACOMO

Extraído do site, belíssimo por sinal, blog da Ana Jácomo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Para começar bem Novembro

Um viajante caminhava pela estrada, quando deu com um pequeno rio que corria tímido por entre as pedras. Continuou andando e seguindo o curso do rio, quando notou que ele ia ganhando volume e se tornando um rio maior. Bem mais adiante, o viajante viu o pequeno rio dividir-se em cachoeiras, num verdadeiro espetáculo de águas. O cenário atraiu o viajante e ele foi descendo pelas pedras, ladeando uma das cachoeiras. Descobriu, então, uma gruta, onde a natureza criara, com paciência, belíssimas formas. Ali, encontrou um placa. Alguém estivera lá antes dele. Com a lanterna, iluminou as palavras inscritas. Eram versos do poeta e filósofo hindu Tagore, prêmio Nobel de literatura em 1913. Ele dizia: Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir. (extraído do livro "O que podemos aprender com os gansos" de Alexandre Rangel, Ed. Original)

A reflexão das palavras do sábio Tagore podem proporcionar muitas lições para todos nós. De modo especial, a maneira como agimos em nossos relacionamentos, na liderança e gestão das organizações. Pensemos nisso. E que o mês de novembro proporcione a todos muitas bênçãos e alegrias, e que ao longo dos dias possamos nos tornar melhores pessoas como as belas esculturas descobertas pelo poeta... assim também nos tornaremos artífices de outras pela maneira como agimos e tratamos as pessoas.

Esse mês também me lembra um dos meus filmes preferidos: Doce Novembro. Fica a dica pra quem ainda não assistiu.

Link do texto