Bem- Vindo

Saúdo a Todos com a doce PAZ do Senhor :)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Temperança


Dizia alguém que a convivência exige um equilíbrio difícil. Também entre o corpo e a alma, matéria e espírito. Nessa convivência que se dá em nós; de matéria e espírito, quando se dá a separação dos dois, o resultado é a morte. Não se pode puxar demais para o lado do espírito, porque não somos anjos; nem demais para a matéria porque não somos animais. Para entender esse equilíbrio, pensei nas balanças antigas, com dois pratos. Colocam-se os pesos de um lado e do outro aquilo que se vai pesar. Quando o fiel da balança chega ao meio, sabemos qual é o peso. Mas há balanças falsificadas. Em nossa vida precisamos de balanças fiéis.
Fala-se em moderação, equilíbrio e evitar exageros; mas onde começa e termina o exagero? O grande exemplo que temos do equilíbrio perfeito é Jesus Cristo. Jesus vai a festas, jantares; não é um radical anti-alegria. Muitas vezes foi convidado para reuniões. Aceitava saborear as alcachofras, uvas, tâmaras, cordeiro assado, empada de peixe. Provavelmente elogiava a cozinheira, agradecia o convite, ria com as pessoas, num ambiente sadio e construtivo. Jesus Cristo multiplicou o vinho num casamento. Produziu entre 400 e 600 litros de vinho; converteu a água em vinho bom e o chefe da mesa, responsável pela bebida, elogiou o vinho. Cristo não condenou o gasto que os noivos fizeram para a festa, equivalente a uns 200 dias de trabalho. Ele sabia a importância que se dá a essa cerimônia. Também nós devemos buscar a autêntica moderação. Vivemos num mundo consumista, hedonista, não podemos cair num comodismo que leva a fugir de todo esforço.
Havia um homem que dizia: “Tudo com medida”→ alimentação comedida, bebida comedida, amor à esposa medido (tinha uma amante), religião medida (rezava uma vez por mês). Não é um moderado; esse homem é medíocre.
A palavra TEMPERANÇA é pouco usada. (Sophrosyne, do grego → composição de partes num todo). Temperamento é um modo de ser organizado. O clima temperado está equilibrado. O tempero da comida dá equilíbrio no gosto do alimento. Temperança é ordem e equilíbrio em nós mesmos. No rodízio de carnes é se controlar. É medir o que se bebe, não perder o autocontrole.
Diz um autor: A Temperança é voltar-se para si próprio de forma desinteressada e generosa; mas com abertura para Deus e os outros. A intemperança é uma autodestruição; desordem no todo. Decompõe e estraga forças que há no ser humano, dirigindo-as para o mal.
Forças boas existentes no ser humano:
-estritamente auto-conservação: subsistência, conservação da espécie
-auto-realização. O ser humano busca realizar-se
-auto-afirmação frente aos demais.
Na tendência para a conservação da espécie está a sexualidade humana. Se é exagerada, leva à decadência moral. Costuma-se dizer que foi uma das causas da queda do Império Romano.
A auto-afirmação é natural; mas seu excesso descamba para a vaidade. O exibicionismo doentio leva à perda da naturalidade.
O desejo louco de auto-realização leva à ambição e destruição da própria pessoa.
Por que esses exércitos de defesa se tornam auto-destruidores? Porque é próprio do ser humano bem constituído, amar a Deus em 1º lugar, aos outros em 2º e só olhar para si em terceiro. O lado doentio do amor-próprio volta-se só para si. Os descontrolados não são virtuosos. O avaro que não fuma nem bebe para economizar, não o faz por virtude; é egoísmo. Quem, por pura vaidade não come doce está dando culto ao “eu”.
A Temperança vigia e corrige a atuação humana. Corrige a tendência a colocar-se na frente de Deus e dos outros; a prevalecer sobre o próximo. Vamos ouvir o que o outro tem a dizer, pode ser que tenha uma parte de razão... Quem busca a sensação, fica escravo dos jogos de azar. A atuação da Temperança mostra que o justo meio é o cume entre dois abismos.
Vamos observar nossa vida aos olhos da Temperança. Estamos ignorando nosso compromisso para com Deus?
No coração do cristão tem que haver a postura de agradecimento. Elevemos o coração a Maria, que viveu a ordem plena; que ela nos guie no caminho da Temperança, para que possamos viver o amor de forma semelhante a ela. 

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