Bem- Vindo

Saúdo a Todos com a doce PAZ do Senhor :)

domingo, 19 de dezembro de 2010

No Ano Novo

No ano novo, bem mais do que nos outros, quero alimentar o meu coração com mais daquilo que eu sei que ele gosta e é capaz de nutri-lo. Quero escolher com todo amor os ingredientes de cada refeição. Cozinhar mais vezes para ele. Usar os temperos que mais aprecia. Dedicar um tempo maior para preparar a mesa. E, depois de servi-lo, desfrutar a delícia de vê-lo saborear o que preparei. Curtir o conforto de me saber responsável pelo seu contentamento. Aquele gostinho bom do “fui eu que fiz pra você”.
No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter mais gentileza com os meus sentimentos. Com todos eles, sem exceção. Quero ter mais habilidade para ouvir o que têm pra me contar, sem tentar abafar a voz daqueles que podem me trazer desconforto. Quero deixar que se expressem, exatamente com a cara que têm. Que me façam surpresas. Que me apontem as mudanças que já aconteceram e me falem sobre aquelas que pedem para acontecer. Quero que me mostrem as regiões ainda feridas em mim que precisam de olhar, de cura ou de perdão. Não quero sentimento acuado, amordaçado, varrido pra debaixo do tapete. Quero ser a melhor confidente de cada um.
No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter mais cuidado com os sentimentos alheios. Mais compaixão. Mais empatia. Mais tolerância. Suspender o julgamento. Trocar a crítica pelo respeito. Parar de achar que eu faria diferente, que eu diria diferente, quando não é a minha vida que está na berlinda. Quero lembrar mais vezes o quanto nos exige cada superação, cada avanço, cada conquista, cada descoberta das chaves capazes de abrir os cárceres que inventamos para nós. Quero lembrar mais vezes do quanto eu falho, mesmo quando quero acertar. Do quanto eu ainda me atrapalho comigo. Do quanto preciso ser generosa com a minha trajetória a cada novo projeto anunciado pela minha alma. A cada nova tentativa. A cada novo tropeço.
No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente.
No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter atenção com relação ao que sinto, ao que vejo, ao que propago. Mais cuidado para não me intoxicar com os apelos do medo e do pessimismo, tão divulgados nesses nossos tempos. Usufruir mais a sábia isenção que nos permite continuar a ver o melhor para a nossa vida e para a vida de todos os seres, apesar de. Não me importa se eu olhar na contramão: quero ter a coragem de sustentar a minha crença de que o amor, a paz, a luz, hão de prevalecer na Terra, e, enquanto isso não acontecer, quero dirigir também a minha energia ao propósito de que prevaleçam em mim.
No ano novo, bem mais do que nos outros, eu quero me sentir feliz. Uma felicidade que não está condicionada à realização das coisas que, particularmente, anseio para mim. Para a minha história nesse mundo. Para essa personagem que eu visto. Quero, antes de qualquer outra razão, me sentir feliz por encontrar descanso e contentamento no meu coração. Por tocar com o sentimento a preciosidade da vida. Por saber que existem coisas para eu realizar enquanto estou por aqui. Por acreditar que a maior proposta da idéia humana é a felicidade. Não importa quantas nuvens eu possa ter que dissipar no ano que começa: gente, por natureza, é sol, e eu quero viver esse lume.

Ana Jácomo


Até 2011. Um ano ímpar de encantos para todos =)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bom Caráter

"Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é."  John Wooden

"Caráter é a habilidade de manter uma resolução muito depois que a emoção com a qual foi tomada ter passado."  Brian Tracy

“O caráter é a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou aparências: o seu verdadeiro ser interior.”

O termo "caráter" procede do grego "charaktēr" e significa literalmente "estampa", "impressão", "gravação", "sinal", "marca" ou "reprodução exata". Quais princípios, valores e   sentimentos estão impressos nas suas atitudes?

O caráter é a "marca" pessoal de uma pessoa. O "sinal" que a distingue dos outros e pela qual o indivíduo define o seu estilo, a sua maneira de ser, de sentir e de reagir. Também pode ser definido como o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. O caráter, não apenas define quem o homem é, mas também descreve o estado moral do homem.

O caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o individuo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que lhe determina a conduta – como a pessoa age.

 O caráter é a forma mais externa e visível da personalidade. Segundo Aristóteles, a disposição moral (caráter) é adquirida ou formada no indivíduo pela prática. Afirma um antigo provérbio que ao “semear um hábito, o indivíduo colhe um caráter”. O caráter, segundo a sabedoria dos antigos, é o resultado de um hábito interiorizado, aprendido através do exercício contínuo das virtudes ou dos vícios. Não deve ser confundido com as paixões (ira, desejos, ódio), muito menos com as faculdades (razão, emoção e vontade), pois estas categorias são naturais, próprias do ser.

Mediante o temperamento, a personalidade e o caráter, o indivíduo afirma sua autonomia; passa a ter consciência de si mesmo como ser humano e também que tipo de pessoa é. Esta descoberta existencial é um processo contínuo.

Há uma relação direta entre hábitos e caráter. “... o tipo de vida que desejamos depende do tipo de pessoa que somos – depende de nosso caráter.” Não é o que temos ou as técnicas que empregamos que nos tornam bem sucedidos. É quem nós somos. Os hábitos mais importantes são os que envolvem nossas relações com Deus, conosco, com as pessoas e com o resto do mundo. Pessoas de princípios nobres e de bom caráter tem hábitos como integridade, interesse pelos outros, generosidade, solidariedade, confiabilidade.  Bons hábitos fazem a diferença em tudo que fazemos.

Então, você tem escolha. Mentir ou falar a verdade. Ser desonesto ou ser honesto, ainda que pagando um preço. Assumir responsabilidade por sua vida ou viver vitimizado.  Agir com sabedoria ou reagir impulsivamente. Amar ou odiar. Perdoar   ou guardar ressentimentos. Ser uma pessoa confiável ou falsa. Ser ético no falar ou ser fofoqueiro. Ter palavras que edificam ou ter uma linguagem destrutiva. Investir amor e atenção na família ou ignorá-los.

Você tem escolha. Suas escolhas definem seu caráter. Comece hoje a imprimir valores e princípios de um bom caráter na sua vida.

Ande  com Deus e permita que Ele imprima em você a excelência de Seu caráter. 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ao longo da estrada

"Eu sei que às vezes é quase irresistível não dar trela àquela voz traiçoeira, nossa velha conhecida, que nos incita a desistir dos nossos sonhos com ares de quem propõe a coisa mais bacana do mundo. Não nos esparramarmos, doídos pra caramba e também com um algum conforto, na autopiedade, essa areia movediça ávida por engolir nosso lume.

Eu sei que às vezes é quase irresistível não desdobrar a lista de decepções que mantemos atualizada com zelo de colecionador para nunca nos faltar matéria-prima pra lamúria. Não relembrar sem economia de minúcias cada frustração vivida com o olhar amarrado e a tristeza viçosa que só fazem aumentar a dor da vez.

Eu sei que às vezes é quase irresistível não eleger um algoz e acentuar um pouquinho mais as nossas feições sofridas para as novas poses do nosso álbum de vítima. Não nos responsabilizarmos pela parcela de participação que nos cabe em boa parte das encrencas em que nos metemos, e que, se olharmos com olhos lúcidos, de preferência também lúdicos, às vezes nem é tão pequena como é mais fácil acreditar.

Eu sei que às vezes é quase irresistível não ficar morando na dor como se dor fosse casa de veraneio. Não arriscar um passo fora do terreno da nossa desesperança porque sentimos que nos sobra cansaço e nos faltam pernas. Eu sei que às vezes é quase irresistível. Eu sei que às vezes a gente não consegue mesmo resistir. E sei que quando não resistimos, está tudo bem: esse lugar também passa.

De apelo a apelo, vamos caindo e levantando ao longo da estrada, apurando o coração para tornar muito mais irresistível o nosso amor paciente e generoso por nós mesmos. Para desdobrar com maior frequência, na memória, a lista que conta as conquistas todas de que já fomos capazes, nós que tantas vezes parecemos tentar desmentir as nossas pérolas.

De apelo a apelo, vamos caindo e levantando ao longo da estrada, apurando o coração para fazer valer, na prática, o nosso respeito à oportunidade inestimável de estarmos aqui. A nossa intenção de não desperdiçar esse ouro que é o tempo, essa maravilha que é o corpo, essa graça que é a vida. Essa que, se olharmos com olhos lúcidos, de preferência também lúdicos, sempre topa inventar maneiras conosco para se vestir de convite irrecusável de novo."


Ana Jácomo

sábado, 27 de novembro de 2010

Ter fé

... Uma frase que, depois de tantos anos, ainda ouço, muito nítida, toda vez que meu coração bate mais forte por algum encanto: “Peça a Deus para que aconteça o que for melhor para você, porque Deus sempre sabe o que é melhor para nós; a gente, não.” ...

Olhando para trás, porque às vezes só bem mais a frente conseguimos entender certas coisas do passado, eu percebo que, em vários momentos, ainda que eu não pedisse, parece ter acontecido o que Deus sabia que era melhor para mim e não o que eu superficialmente imaginava saber. Percebo que em algumas circunstâncias em que cheguei a lamentar pelo insucesso de planos que eu considerava os melhores do mundo, eu estava, na verdade, sendo poupada de encrencas das grandes. Hoje, eu entendo que quando a minha vó dizia aquilo ela estava apenas sugerindo, com outras palavras, que eu tivesse fé. Essa entrega diante do desconhecido. Essa possibilidade de soltarmos o suposto controle que acreditamos ter. Esse sentimento de que fazemos parte de uma inteligência que tudo toca, ama e conhece. Essa humildade para reconhecermos que na esfera da nossa mente mais grosseira nós sabemos muito pouco, quase nada. Essa confiança de que acontecerá realmente o que for melhor para nós, ainda que no tempo de cada acontecimento, tantas vezes cegos pelos nossos desejos, não possamos entender o que somente a nossa alma sabe.

Deus e a nossa alma vivem em contínuo diálogo desde os tempos mais remotos. São confidentes um do outro. Sabem segredos preciosos que não nos contam enquanto não nos for possível entendê-los. Veem cada fato sob uma perspectiva pela qual muitas vezes ainda não sabemos enxergar. Conhecem o jeito como as peças se encaixam, enquanto nos desgastamos tentando encaixá-las de qualquer maneira, com sofreguidão, para atender aos nossos interesses imediatos, mesmo que, restritos pela urgência dos seus apelos, não tenhamos visão do panorama real.

A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. Na fé, eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor para mim. Eu não sei, mas Deus sabe. Eu não sei, mas minha alma sabe. Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender.

Ana Jacomo

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As Palavras

"A boca fala daquilo que o coração está cheio." (Mt 12:34b)

Nosso coração é como se fosse uma estufa. As palavras e sentimentos que entram nela são preservados para que seu crescimento seja bem sucedido. Isso remete a um ditado popular que diz: Quem semeia alegria, colhe felicidade, semear vento é colher tempestade. Todas nossas escolhas, atitudes e palavras estão relacionadas ao que plantamos a cada dia. Nessa linha, quando deixamos os maus pensamentos entrarem na estufa, nossa boca reflete o que está acontecendo em nossa vida. Então, quando o mau pensamento entrar pela boca, deve-se deixá-lo descer pelo ventre e ser eliminado do corpo. Em contrapartida, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Filip. 4.8), instalando na estufa do seu coração. Para você perceber se sua estufa tem bons frutos e que seu coração está cheio do amor de Deus, confira as perguntas abaixo, responda-as e reflita.
1. Você freqüentemente anda chateado, preocupado, aborrecido e de mau humor?
2. Apesar dos seus problemas pessoais, você sempre lança palavras boas?
3. Você concorda no que diz em Lucas 6:43-45, “Uma árvore boa não pode dar frutos ruins, assim como uma árvore ruim não pode dar frutos bons”?
4. Você crê que uma pessoa pode dar amor, se ela não tem amor?
5. O que você anda fazendo para preservar a estufa do seu coração com bons pensamentos?

Guarde na tábua do seu coração:
A língua é fonte de grandes bênçãos, mas, pode também disseminar uma infinidade de males. E para o domínio verdadeiro deste órgão tão pequeno, é preciso uma vida de santidade, dobrada diante do trono do Eterno. “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno... a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido... com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens...” (Tg 3.6,8,9)

A Importância de Plantarmos Boas Sementes
(Autor Desconhecido)

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, e de uma carroça vazia. . .
Perguntei-lhe então:
- Como o senhor sabe que a carroça estava vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, respondeu ele, é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, tratando o próximo com grossura, prepotente, interrompendo a conversa dos outros ou querendo demonstrar que é dona da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai, dizendo: “Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz…”

Texto extraído do site:  Gosto de Ler 

Combina muito com esse texto uma música linda do novo cd da Vanessa da Mata, segue aí =)


sábado, 13 de novembro de 2010

Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.

Martha Medeiros

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Itinerário

Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.
Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas minhas.
Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.

Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia. Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.
Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.

Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.

ANA JACOMO

Extraído do site, belíssimo por sinal, blog da Ana Jácomo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Para começar bem Novembro

Um viajante caminhava pela estrada, quando deu com um pequeno rio que corria tímido por entre as pedras. Continuou andando e seguindo o curso do rio, quando notou que ele ia ganhando volume e se tornando um rio maior. Bem mais adiante, o viajante viu o pequeno rio dividir-se em cachoeiras, num verdadeiro espetáculo de águas. O cenário atraiu o viajante e ele foi descendo pelas pedras, ladeando uma das cachoeiras. Descobriu, então, uma gruta, onde a natureza criara, com paciência, belíssimas formas. Ali, encontrou um placa. Alguém estivera lá antes dele. Com a lanterna, iluminou as palavras inscritas. Eram versos do poeta e filósofo hindu Tagore, prêmio Nobel de literatura em 1913. Ele dizia: Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir. (extraído do livro "O que podemos aprender com os gansos" de Alexandre Rangel, Ed. Original)

A reflexão das palavras do sábio Tagore podem proporcionar muitas lições para todos nós. De modo especial, a maneira como agimos em nossos relacionamentos, na liderança e gestão das organizações. Pensemos nisso. E que o mês de novembro proporcione a todos muitas bênçãos e alegrias, e que ao longo dos dias possamos nos tornar melhores pessoas como as belas esculturas descobertas pelo poeta... assim também nos tornaremos artífices de outras pela maneira como agimos e tratamos as pessoas.

Esse mês também me lembra um dos meus filmes preferidos: Doce Novembro. Fica a dica pra quem ainda não assistiu.

Link do texto

domingo, 31 de outubro de 2010

Como tomar decisões?

Analise as opções com bastante calma

Podemos dividir o processo decisório em duas partes: analisar e decidir.
A análise corresponde à reunião de todas as informações necessárias bem como processá-las a fim de conhecer o panorama que cada uma delas expõe. Se você está planejando as contas de sua casa a fim de conseguir que no fim do ano tenham algum dinheiro para a viagem de férias, a análise compreende você reunir todas as informações sobre gastos e qual o valor dos proventos seu e de sua esposa.
A análise possui como objetivo coletar diversas informações e transformá-las em conhecimentos. A partir das informações coletadas, você pode perceber que você e sua esposa estão gastando muito em coisas supérfluas. Esta é uma informação (ou conhecimento, como geralmente chamamos) advinda da análise dos gastos e tipos de gastos que cada um possui.
Se você fizer um bom levantamento das informações, fica mais fácil analisar os mesmos e levantar hipóteses ou possíveis soluções.
Por mais que pareça que não há tempo suficiente (e geralmente é nesta situação em que nos encontramos, numa verdadeira “sinuca de bico”), tentar “economizar tempo” levando menos tempo para analisar e levantar todo o panorama bem como possíveis soluções pode ser um erro que lhe custará muito caro.
No exemplo da economia para a viagem, por exemplo, a família poderia optar por cortar o seguro de vida (que pode ter um valor em torno de R$ 10,00 por mês) por falta de planejamento, ao se pensar que este faz parte do problema. O fato é que por não verem um retorno imediato sobre este investimento, mal perceberam que seus gastos com coisas desnecessárias atingem a casa dos R$ 200,00 mensais, sendo assim, uma redução de 25% deste valor seria muito mais eficaz que a suspensão do primeiro (vale lembrar que em muitos seguros de vida a suspensão do mesmo sem motivos válidos leva à perda de todo o valor nele investido, o que pode significar uma grande perda dependendo de quanto tempo e dinheiro já havia sido investido).

Cuidado com a intuição e com a emoção

A intuição é importante, mas deve ser usada com cautela.
Geralmente nossa intuição provém da associação do problema com problemas anteriores que possuam alguma relação. Desta forma, nossa mente reavalia quais medidas tomamos nos mesmos e quais os resultados obtidos. Se os resultados foram positivos, nossa mente reforça o interesse sobre aquelas medidas tomadas, caso contrário, rejeita-as.
Dito assim, percebemos que nossa intuição carrega muito de nossa experiência. Quanto mais experiência nós temos, mais nossa intuição parece estar “sempre certa”, não é verdade?
O problema é que facilmente podemos mesclar nossas emoções com essas experiências, assim, nossa intuição pode começar a nos guiar por um caminho que mais reflete preferência do “decision-maker” do que uma possível solução.
Intuição é bom, mas deve ser bem dosada. Quanto maior a experiência da pessoa (e maior o número de resultados positivos que ela conseguiu em suas decisões), mais peso pode ter a sua importância, da mesma forma, quanto mais emotivo ele for, mais se deve tomar cuidado, pois não devemos tomar decisões somente “baseados em nossas emoções”.
Emoções são subjetivas e decisões são pensamentos, um planejamento que deve ser transformado em ações objetivas.

Saiba levar em conta suas experiências passadas, bem como as de outrém

Sempre dizemos que levamos em conta nossas experiências passadas na tomada de novas decisões, mas será que fazemos isso corretamente?
Após cada tomada de decisão e execução de ações, você gera um relatório de erros e acertos para que seja mais tarde analisado em caso de novas decisões?
No caso de problemas em família, não precisamos criar um relatório de vinte páginas e exigir a assinatura de cada pessoa da família para legitimá-lo, basta que sejam feitas reuniões para se conversar sobre os erros e, então, repensar as decisões.
Já no caso de empresas, documentar é sempre interessante, tanto para a empresa quanto para o funcionário. Para a empresa, é uma garantia de que aquilo que foi aprendido será mais facilmente passado aos demais. Para o funcionário, é uma forma de proteger-se contra possíveis confusões que possam ser feitas mais tarde, bem como uma ferramenta de apoio na tomada de novas decisões.
É incrível que em cada projeto, seja na indústria automobilística, seja em desenvolvimento de softwares, sempre se prega a elaboração de uma documentação sobre os problemsa enfrentados no projeto a fim de permitir pensar em novas soluções, mas infelizmente tal documentação é quase sempre esquecida. 
Além disso, lembre-se que você não está sozinho: procure conversar com outras pessoas que já passaram ou que podem passar por problema similar e busque novas alternativas.
Muitas vezes temos vergonha de falar que estamos com um problema. Até parece que, por termos conversado sobre o mesmo, demonstramos ser incapazes. Incapacidade demonstramos é quando não conseguimos resolver o problema!

Saiba tomar a decisão na hora certa

Nem rápido demais, nem demorado demais. Saber a hora certa para se tomar uma decisão e, assim sendo, executá-la, pode significar o sucesso em alcançar um objetivo.
Voltemos ao exemplo da família que quer viajar. Suponha que eles já fizeram a análise mas ainda não possuem certeza de devem ou não reduzir os custos com algumas coisas. Por ser uma decisão que podem tomar em qualquer momento, decidem por não optar agora.
Dois meses depois, olhando novamente o orçamento, todos concordaram que deveriam fazer reduções.
Ao final do ano, eles já tinham conseguido economizar algum dinheiro, mas não o suficiente para as férias. E se eles tivessem decidido isso antes, teria sido diferente?
Da mesma forma, tomar decisões precipitadamente pode fazê-lo escolher algo que não é o correto. O casal poderia, de forma precipitada, ter visto o reforço escolar como um custo adicional que poderia ser dispensado. Será que o rendimento escolar do aluno continuará bom? Se os pais empenharem-se em acompanhar e orientar, talvez, mas se eles não tiverem tempo, este pode realmente representar um problema.
Bem, com essas quatro dicas, acredito que agora será mais fácil tomar uma melhor decisão em seu projeto ou em sua vida. 

Fonte: Giga Mundo



 Segundo a Vontade de Deus
O primeiro princípio para tomar boas decisões é conseguir observar todos os fatos. A Bíblia diz em Provérbios 18:13 “Responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha.”
O segundo princípio para tomar boas decisões é manter a mente aberta a novas ideias. A Bíblia diz em Provérbios 18:15 “O coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento.”
O terceiro princípio para tomar boas decisões é ouvir ambos lados da história. A Bíblia diz em Provérbios 18:17 “O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que vem o outro e o examina.”
Se tem dificuldade em tomar decisões, Deus lhe ajudará. A Bíblia diz em Tiago 1:5-8 “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa, homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos.”
Confie em Deus e não em si mesmo quando necessite direcção. A Bíblia diz em Provérbios 3:4-6 “Assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens. Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”
A oração ajuda o processo de tomar decisões. Jesus usou este método antes de escolher os discípulos. A Bíblia diz em Lucas 6:12 “Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a Deus.”
É importante ter humildade quando pedimos a Deus para nos ajudar a tomar boas decisões. A Bíblia diz em Salmos 25:9 “Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.” 
 


Fonte: Jesus Voltará 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Saber Viver

Amar a si mesmo é uma tarefa considerada por muitos difícil. Constatemente a culpa e a insatisfação fazem desta uma tarefa árdua. Buscamos o Amor do outro durante todo tempo. Cobramos atenção, cuidados, respeito, consideração e quando o outro não corresponde aparece a decepção, a frustração, a revolta e o conceito que temos de nós mesmos parece diminuir ainda mais.

No meio de confusão e conflitos interiores vamos vivendo cheios de pressa, ansiedade, tristeza, depressão, stress, medo, pânico e nada parece dar certo. Chegamos até a perguntar:
- O que eu fiz para merecer tanto sofrimento, inquietação e má sorte?

Pare de olhar para fora e olhe para dentro de si mesmo, pois tudo aquilo que precisa para viver feliz - com Amor, tranqüilo e cheio de riquezas - está dentro de você.

* Chega de correr
* Aquiete seu coração
* Acalme sua ansiedade

É hora de:

1. Amar profundamente a si próprio
2. Se conhecer
3. Construir a vida que deseja

O seu pensamento constrói a sua realidade. Pensamentos negativos geram resultados negativos; pensamentos positivos geram resultados positivos:

* Avalie seus pensamentos agora e visualize sua vida.
* Compare o que pensa com a sua vida no momento.
* Pense positivamente

Como deseja que o outro faça por você aquilo que você próprio não faz?

1. Ame-se incondicionalmente
2. Seja paciente consigo mesmo
3. Perdoe-se
4. Permita apenas alimentos e bebidas saudáveis ao seu corpo e cultive pensamentos positivos, afastando os negativos

Assim, os sentimentos de Amor e concórdia renascerão dentro de você. A alegria, a saúde e uma imensa vontade de compartilhar isso com as pessoas serão constantes em sua Vida. A fonte de Amor dentro de você é inesgotável. Quanto mais doamos mais recebemos. Acredite nisso! você pode mudar a sua vida. Pode realizar através do seu pensamento todos os seus desejos bons.

Amar a nós mesmos nos faz amar aos outros e nos faz amados, traz alegria e tranqüilidade para nossa vida. Vamos lá! Viver é uma alegria. Sorria! A felicidade está dentro de você e você sabe o caminho. Acredite e confie em si mesmo. Bata e a porta se abrirá - foi Jesus quem nos deixou esse ensinamento.

Existem dois sóis: um no alto, no céu e o outro dentro de você! Permita sentir o seu Sol Interior brilhar!!!

Keli Cristina Silveira - Belo Horizonte/MG
*Psicóloga Clínica e Teleconsultora da Home Page Auto-ajuda, em Relações Humanas






“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome: auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia e meu sofrimento emocional não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Sei que isso é simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes. Hoje descobri a humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é saber viver!”
 

sábado, 23 de outubro de 2010

Superando a Tristeza

"Tristeza não tem fim, felicidade sim". Esta frase refere-se a um verso de uma música de um dos melhores compositores brasileiro, Tom Jobim. O escolhi como ilustração para abrir a nossa temática de hoje porque o tema não poderia ser mais apropriado para os mais tristes e porque não, aos mais alegres também.

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. E para onde eu vou vós conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Evangelho de João 14.1-6.

Quem nunca sentiu o peito apertado, um nó na garganta, uma vontade de chorar... quem já não passou por isso? E por mais explicações que tenhamos a respeito, ou por mais que saibamos os motivos do qual estamos sentindo, o que podemos fazer para melhorar? É sobre isso que quero falar com você nesta manhã, esteja você triste ou não.

Queridos, é impossível viver esta vida sem experimentar tristeza. A perda de um ente querido, o desapontamento de um sonho aniquilado, a dolorosa constatação de uma traição jamais sonhada.... O fato e que a vida nos apresenta inúmeras tristezas. Tristeza fere. E difícil. Porem, ela traz algo de bom. Tristeza nos traz a constatação de que somos sensíveis para com as circunstancias e para com as outras pessoas. Ainda que tremendamente dolorosa, considere a alternativa. Paradoxalmente, a ausência da dor, é a maior de todas as dores.

Nos temos que experimentar e ate mesmo apreciar os nossos períodos de deserto sem que venhamos a ser sucumbidos pôr eles. Temos que lidar com a tristeza a semelhança de uma avenida de duas mãos. Em uma via nós a entregamos para Deus, Aquele que conhece como ninguém a nossa dor, segundo a exortação do apóstolo Pedro. Numa outra via nos podemos retirar da tristeza aquilo que ela nos oferece: uma oportunidade de conhecer melhor a nos mesmos, as outras pessoas, a verdade, o amor, vida e o melhor de tudo: o coração do próprio Deus.Mesmo na dor da tristeza, existe um significado, propósito e esperança. Da tristeza pode nascer um profundo senso de apreciação. Um brilho de sol é muito mais precioso após uma semana inteira de forte chuva e sol encoberto. Na tristeza existe um convite para uma sólida caminhada ao futuro e uma oportunidade de triunfo sobre todo obstáculo.

O que é tristeza?

Psicologicamente, a tristeza é aquele sentimento que lhe traz angústia, desânimo, solidão, em casos extremos ela lhe presenteia com uma depressão terrível. Esse sentimento é oposto à felicidade, pois, enquanto a felicidade é nutrida através de muito esforço, ação, adaptação e auto-imagem positiva, a tristeza penetra na alma quando mais se está fragilizado.

Mas, em termos técnicos, poderíamos dizer que a tristeza é complicada de definir. A raiz latina, strig, remete à idéia de apertar e districtus, apertado por todos lados. No latim vulgar, districtum deu lugar à districtia, que significa estreiteza. Daí chegou-se à tristeza. No francês antigo, a palavra significava ao mesmo tempo passagem estreita, senso moral, severidade e constrangimento. Depois a expressão adquiriu o sentido de situação desesperada.

Estreiteza no agir. Constrangimento da decisão. Desespero do irreversível. A tristeza vem, na verdade, junto com a certeza da nossa incapacidade de resolver um conflito. Ficamos tristes quando um amor não dá certo, quando perdemos um espaço, quando perdemos alguém. Tristeza é perda. Não há tristeza que não venha colada com uma perda. E quanto maior a perda, maior a correlação com o tamanho da tristeza. A tristeza vem para nos lembrar que somos sujeitos incapazes de lidar com o mundo. É a reação humana a um constrangimento inelutável, à incapacidade de aceitar um “não” do mundo. É a vontade de “sumir do mundo”. Ela vem para não nos deixar esquecer o tamanho da nossa pequeneza frente às forças externas.

Todos os dias as pessoas desejam aos outros sucesso e felicidade. E esquecem que quem vive no sucesso e na felicidade o tempo todo se aliena do mundo real, composto de muita tristeza. Só fica triste quem teve algo e o perdeu. Falo aqui da tristeza boa. A tristeza que faz pensar no quanto o mundo nos coloca em cheque todos os dias pedindo que decidamos pelo indecidível. Ontem à noite, cantava em meu teclado de computador a tristeza que nos ocupa os espaços da mente nos levando às reflexões mais difíceis, mais indesejadas e, por isso mesmo, as mais necessárias.

É duro admitir, mas amadurecemos mesmo é na tristeza. Pelos menos essa foi a declaração do salmista, no salmo 119.71 “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”.

O apóstolo Tiago, também usava a mesma pedagogia. Ele escreveu em sua epístola 1.2-3: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança”. Contudo, quando aquelas duas espessas lágrimas rolam silenciosas no canto do olho, levando com elas rosto abaixo os 21 gramas de nossa alma, sentimos uma dor fininha que faz pensar no que não mais podemos ter. E aí começa o nosso dilema: Como conciliar a vida e a perda? Perder-se para se encontrar? Mas o encontro novo traz consigo a perda do encontro antigo. Eis que vem, de novo, a onipresente tristeza. E só ela. Ficamos desertos de emoções. Órfão de sentimentos. Quem viveu alguns anos já se encontrou com a tristeza várias vezes. É o tipo de sensação que nenhum de nós jamais gostaria de ter.

Há várias situações que provocam a tristeza. Por exemplo, quando você perde coisas ou possessões, quando o seu comércio vai mal, ou a casa se vai em um negócio mal feito. Quando de repente fica sem emprego, sem os amigos e você entra no mundo da solidão. Quando perde um parente através da morte ou do divórcio, parece que a tristeza é profunda e dói demais.

Em horas assim difíceis você recorre as promessas da Palavra de Deus?
Ainda consegue acreditar no amor divino quando tudo esta escuro?
Queridos, o próprio Filho de Deus quando aqui esteve, passou por momentos de tristeza.

O profeta Isaías O chamou de homem de dores. Certamente apesar dos sentimentos de alegria por salvar a humanidade da morte, a tristeza da traição, o abandono dos apóstolos nos momentos cruciais do seu sofrimento, invadiram e machucaram o Seu coração. Em Mateus 26:38. Ele pediu aos discípulos: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Até o Seu querido Pai, que várias vezes O chamou de Filho Amado, teve que deixá-Lo sofrer para realizar a salvação da humanidade.

É bom saber que mesmo quando estamos tristes, podemos ter a certeza de Seu amor, e de Sua companhia ao nosso lado. Essa é uma das maravilhosas promessas que Ele nos deu. No livro do profeta Isaías capítulo 57:15, está escrito: "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo. Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos."

Após Sua ressurreição, o Senhor deixou tudo para acompanhar a pé, dois discípulos que iam para a cidade de Emaús, que estavam vencidos pela decepção e pela tristeza. Quando ele contemplou aqueles corações tristes e abatidos, se aproximou e perguntou: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos.”.

Ao fazer esta pergunta, o Senhor Jesus manifestou total solidariedade para com os que estão tristes. E mais uma vez cumpriu a promessa, e mais do que isto, revelou a Sua consideração e o carinho por todas as pessoas tristes.

Há outros exemplos bíblicos que são um conforto para os tristes e sofredores. Foi em um deserto que Deus supriu durante 40 anos, a um milhão de peregrinos, com o pão vindo do céu. Foi durante um período de fome nacional que o Senhor mandou ao profeta Elias duas refeições diária transportadas por aves. Durante uma grande crise, houve farinha suficiente e azeite quase interminável para sustentar uma fiel e carente viúva, que pertencia ao povo de Deus.

Queridos, precisamos aprender que a extremidade humana é a oportunidade de Deus. Se está faltando alguma coisa, coloque sua confiança no Senhor porque Ele não o abandonará. Quando você disser: o que vamos comer hoje ou amanhã? Lembre-se das palavras de Jesus, escrita em Mateus 6.31-33, que diz: : "Vosso Pai Celestial sabe que necessitais destas coisas. Portanto não vos inquieteis com o dia de amanhã." Mateus 6:31-33. Se está perdendo a saúde, lembre-se do Médico dos médicos. Aquele que curou a tantos enfermos, vai também reservar uma benção para você. Lembre-se também que todas as coisas vão contribuir para o bem integral daqueles que buscam com sinceridade os caminhos de Deus. (Romanos 8:28)

Se o mundo hoje se tornou uma ameaça... Se a segurança e a paz estão cada vez mais distantes... Se o temor coletivo intranquiliza todas as classes. Podemos sentir a paz descrita no evangelho de João 14:27: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize."

Se hoje você está triste porque perdeu uma oportunidade e está se lamentando: por que aconteceu isto? Ah se eu tivesse feito isto ou aquilo! Eu deveria estar dormindo quando aceitei aquela proposta. Por que eu não disse não?

Amigo, quem acredita em Deus, pode sempre recomeçar, pode recuperar o tempo e as coisas perdidas. Recomeçar, ter forças para superar os obstáculos, são os desafios de todo aquele que crê. Em II Coríntios 6:2 está escrito: "Eis agora o tempo oportuno. Eis agora o dia da salvação."

Vivemos num mundo de tristeza. Se você está triste porque sua imagem foi manchada e as pessoas não confiam mais em você... Se está recebendo críticas e o seu mundo parece desabar, lembre-se que você é muito precioso para Deus. O profeta Jeremias registra uma belíssima declaração de amor dedicada a você, escrita no capitulo 31.3: "Com amor eterno eu te amei, por isso com benignidade te atraí."

Se está desolado porque a morte feriu o seu lar, lembre-se que Deus tem um remédio para isso também. Aquele Jesus que disse: Lázaro sai para fora! Vai dizer a mesma frase aos nossos queridos, no dia maravilhoso em que vai voltar ao mundo. Naquele dia todas as nossas tristezas irão embora para sempre. Apenas precisamos acreditar. Acreditar na virada que Deus vai dar em toda essa situação.

O que precisamos é aprender a plantar esperança.

A Bíblia diz: "Aquele que sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." Salmo 126:6.

"Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã." Salmo 30:5

Há duas coisas que podem nos ajudar:
1.. Jesus nos dá forças para suportar.
2. Jesus colocará fim ao sofrimento quando vier.

Graças a Deus podemos aguardar com fé a chegada dessa gloriosa manhã. E isso nos dá serenidade. Nenhuma tempestade é suficientemente forte para nos assustar quando sabemos que o nosso barco chegará ao Porto com segurança. Não há tristeza que possa diminuir a alegria da bem-aventurança que nos aguarda. Louvemos ao Senhor, porque através dEle podemos hoje superar a tristeza. Ele nos garante em Apocalipse 21:4: E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

Queridos, eu já falei que existem momentos nos quais pensamos em desistir tamanha é a tristeza que nos invade. Pois, a vida é engraçada em alguns momentos, triste em outros, dura em mais alguns, amorosa em vários outros, enfim, ela nos leva a vivenciar milhares de diferentes momentos e, assim, experimentamos milhares de novas sensações. Uma sensação que tem afetado muito o dia-a-dia das pessoas é a tristeza por perdas; perdas em geral. Em certos momentos como, por exemplo, quando perdemos um ente querido, perdemos um emprego desejado, não passamos na prova do vestibular, terminamos um relacionamento, ou outra situação contrária ao nosso desejo ficamos realmente entristecidos.

O ser humano já está sensível em decorrência da competitividade, da falta de amor, da falta de carinho e afeto que a sociedade impõe hoje. E qualquer perda é um agravante para que essa sensibilidade aflore e algumas pessoas entrem em depressão, ou sejam tomadas por uma tristeza profunda.

Entretanto, existe alguém capaz de sarar nossa alma, de curar nossas feridas e quando estamos caminhando ao lado dele temos o discernimento de sermos mais que vencedores. O nome dele é Jesus. Por toda a Bíblia podemos encontrar diversas situações e diversas pessoas que sofreram e vivenciaram as piores aflições que um ser humano pode passar, mas sempre houve um livramento. E no livro de Salmos, capítulo 116, versículo 8, você pode ler o seguinte: “Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar.” É esse o único Deus capaz de trazer a existência às coisas inexistentes, só ele é capaz de transformar uma vida e fazer dessa pessoa mais que vencedora. Por isso, as pessoas precisam parar de viver a dar lugar apenas aos problemas. Todos precisam ter uma coisa chamada confiança. Confiar é, segundo o Dicionário Aurélio, ter fé! E a fé é, ainda segundo o Aurélio, uma adesão pessoal a Deus, seus desígnios e suas manifestações.

Então, pelo conhecimento de que a fé é o que nos move aos lugares mais altos, podemos transformar qualquer perda em uma conquista; qualquer tristeza em alegria; qualquer aparente derrota em uma grande vitória, desde que queiramos realmente que isso aconteça e depositemos nossa confiança em JESUS CRISTO.

E como está escrito: “Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.” (João 16.22.)

Creia nessa verdade e seja feliz ao lado de Jesus!

Fonte: Professor Pádua

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Egoísmo atrasa suas metas

Só em falar no assunto, a polêmica paira no ar: quem é egoísta tem dificuldade em admitir ou prefere ficar calado, com medo das críticas. E quem se opõe a esse tipo de comportamento não perde a chance de criticá-lo. "Há uma idéia de que o egoísta sempre age em benefício próprio, mesmo que isso possa prejudicar alguém", afirma o psiquiatra Geraldo Possendoro, especialista em medicina comportamental. "Portanto, quem critica uma pessoa egoísta também está agindo em causa própria, com receio de que venha a sofrer os efeitos do egoísmo do outro".

Os especialistas ainda não sabem dizer se pensar demais em si mesmo é uma característica natural dos seres humanos ou um hábito que aparece com o tempo, conforme as experiências vividas. "Sabemos que as crianças são egoístas e dependem disso para afirmar suas vontades. Mas faz parte da passagem à idade adulta o abandono deste modelo", explica o médico. Com as responsabilidades crescendo, o individualismo tende a surgir, ou seja, um comportamento em que é preciso satisfazer suas necessidades, mas sem abrir mão de pensar nas outras pessoas.

Egoísta ou egocêntrico?
As palavras são parecidas, mas o uso delas refere-se a perfis bem distintos. "Uma pessoa egocêntrica não olha para os lados, ela não quer saber como os outros estão se sentindo. O mundo inteiro precisa se adaptar aos interesses do egocêntrico", afirma o psiquiatra. Já o egoísta, segundo ele está preocupado em tirar o melhor proveito da situação conforme ela se apresenta.

Na prática, a diferença aparece de forma bem simples. "O egoísta aceita ir ao cinema, mesmo detestando o filme, desde que o melhor lugar esteja reservado para ele. Já o egocêntrico só combina programas que ele aprove, jamais admitindo alguma contrariedade, por menor que seja ela", exemplifica a psicóloga Carmem da Nóbrega, de Campinas.

Lidar com gente assim não é moleza e, na maioria das vezes, a solidão acaba sendo a única companhia de quem, simplesmente, não se ocupa com o outro. "Tenho um grupo de amigos que sempre sai junto. Nós somos parecidos, então é difícil ter confusão na hora de decidir o que fazer", afirma a secretaria Magali Novaes. "Mas arrumei um namorado que me levou a brigar com meus amigos, porque tudo tinha de ser do jeito dele. Até que nem eu aguentei mais e acabamos nos separando".

Esse tipo de choque, na maioria das vezes, tem resultados extremos: contribui para o que o egoísta repense sua forma de agir ou agrava ainda mais o isolamento desse tipo de pessoa. "O ideal, nesses casos, é mostrar que a colaboração é positiva, que todos ganhamos ao permitir que o outro expresse seus desejos", diz a psicóloga.

O problema é que existe muito mal entendido entre estar disposto a entender outras pessoas e ceder a vontades que não são suas. "E não é isso: quando você decide ouvir quem está por perto, há muito mais chances de resolver os impasses da rotina de forma criativa. O egoísta perde muitas oportunidades ao deixar de dar ouvidos ao outro, com medo de que seus objetivos estarão sob ameaça", diz o especialista da Unifesp.

Lado bom:
Camila Moura, hoje estudante de arquitetura e estagiária de uma empresa de construção, precisou ter sangue frio e bancar o egoísmo em nome de um sonho. "Via minha família passar dificuldades financeiras durante o ano inteiro, mas não podia ajudar. Eu tinha que usar meu dinheiro para pagar a matrícula da faculdade. Hoje ganho bem e posso dar uma vida confortável a eles", conta ela.

Só é preciso ficar de olho nas situações em que o seu comportamento começa a atrapalhar o convívio social, afastando as amizades e dificultando o relacionamento. "Além de não se preocupar com o outro, casos extremos de egoísmo são marcados pelo prazer em fazer escolhas que vão magoar o outro", explica o psiquiatra.

Egoísmo patológico:
Veja os sinais de que o problema precisa de tratamento especializado, com um psicólogo ou com um psiquiatra.

Dificuldade de relacionamento: no trabalho, em casa ou com os amigos, há sempre uma briga na hora de fazer escolhas e o que deveria ser uma experiência agradável termina em conflito. "É normal discordar dos outros de vez em quando. Mas vale analisar se você só está satisfeito quando tudo está a seu favor", afirma Carmem.

Falta de interesse nas atividades que outras pessoas sugerem: se tudo não está do seu jeito, melhor desistir. "Pessoas egoístas não conseguem se envolver em atividades que tragam mais benefício ao outro do que a elas próprias", afirma a psicóloga.

Solidão: uma pessoa egoísta, raramente, tem um grande círculo social. Os amigos inventam desculpas para se afastar dele e a família não faz questão de tê-lo por perto. No trabalho, há problemas para desenvolver projetos em equipe.


Fonte: Paraná Online

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Relacionamentos

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: Há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.
Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me.
Para começar, uma afirmação de Nietzsche com a qual concordo inteiramente.
Dizia ele: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria, capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice”?
Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.
Sheerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme “O Império dos Sentidos”.
Por isso, quando o sexo já estava morto na cama e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.
O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fosse música.
A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.
Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ”Eu te amo...”
Barthes advertia: “Passada a primeira confissão, “eu te amo” não quer dizer mais nada. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética”.
Recordo a sabedoria de Adélia Prado: “Erótica é a alma”.
O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua “cortada”, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.
O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo.
Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca.
Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.
Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...
A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.
Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá...
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.
Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão...
O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento.
Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.
O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...
Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...


RUBEM ALVES é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp.

domingo, 10 de outubro de 2010

Almas Perfumadas

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.

Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

(Ana Jácomo)

domingo, 3 de outubro de 2010

Nunca desista de Amar

O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as
mais importantes transformações em um ser humano.
Alguns vivem o amor em sua plenitude pelo simples fato de dispor dele em abundância. Aprenderam a amar, a se entregar ao ser amado e a estabelecer relacionamentos criativos. Outros sofrem com seu relacionamento amoroso. Depois de algumas decepções, tendem a se isolar e a adotar uma postura cética em relação ao amor. Preferem ficar em casa no sábado à noite, assistindo a um filme. Passam todos os fins de semana sozinhos. Nunca aceitam o convite de um colega para sair.
No início, sentem-se aliviados, pois acham melhor evitar problemas do que sair em busca do amor. Mas, depois de algum tempo, a solidão começa a apertar o coração.
Nunca desista de amar. Assuma sempre o risco de demonstrar seu amor, mesmo que a outra pessoa não vá aceitá-lo, porque amar alguém não é um problema nem um defeito; é uma virtude. Se ela não aceitar o seu amor, o problema não é seu, pois, uma vez que você descobriu o jeito de amar, ficará faltando apenas encontrar um companheiro para a viagem a dois.
Se você está só, abra o seu coração, coloque um sorriso no rosto, retome o brilho nos olhos e acredite que a vida lhe prepara maravilhosas surpresas. Tenho a esperança de que com esta nossa conversa você tenha conseguido mais energia e inspiração para desfrutar melhor o Amor, uma realidade valiosa demais para ser banalizada.
E lembre-se: você é o autor da sua vida e é capaz de escrever uma história de amor muito linda, na qual receba e dê muito amor. Saiba sempre que amar pode dar certo, desde que você cuide do Amor com muito carinho e sabedoria.
O amor é eterno e maravilhoso em sua essência, capaz de realizar as mais importantes transformações em um ser humano, mas as pessoas atualmente se machucam muito porque não aprenderam a amar de uma forma plena.

O problema não está no amor. O ser humano não consegue ser feliz sozinho. Desistir de amar é deixar de lado uma parte fundamental da própria vida, e por isso mesmo é triste ver tantas pessoas tratarem o amor com desprezo, acharem as manifestações de romantismo algo feio e, principalmente, desistirem de viver um grande amor. Vale a pena amar, acreditar no amor, entregar-se ao amor. O amor satisfaz os nossos mais profundos desejos de compreender e ser compreendido, de valorizar e ser valorizado, de dar e receber.

Amar pode dar certo.

O ser humano só pode existir em paz consigo mesmo se puder se relacionar com uma pessoa a quem diga, com palavras e gestos, “eu te amo” e de quem ouça com total sinceridade: “Eu também te amo”.

Mas amar supõe evoluir todos os dias, conhecer o outro cada vez melhor, construir com ele um lugar no mundo em que as pessoas, ao entrar sentirão que ali existe vida, carinho sincero, vontade de acertar.

Nos momentos de crise ou de mágoa, dizer “eu te amo” ao parceiro é ter a coragem de lhe dizer que ele fez algo de que você não gostou.
Nos momentos de alegria e êxtase, dizer “eu te amo” é saber compartilhar essa alegria com quem você ama, abrindo seu coração sem reservas. Nos momentos de dor, dizer “eu te amo” é talvez não dizer nada, mas deixar evidente ao outro que você está ao seu lado aconteça o que acontecer. Nos momentos em que você perceber que errou, a melhor maneira de dizer “eu te amo” é simplesmente dizer: “Desculpe pelo meu erro”. Nos momentos em que o outro errou, e está triste porque cometeu o erro, a melhor maneira de dizer “eu te amo” é se aproximar lentamente dele, colocar a mão em seu ombro e dizer suavemente: “Tudo bem, já ficou para trás”.

Amar pode dar certo é a frase mais simples possível para traduzir a convicção de que nascemos para amar e ser amados, e que nossa felicidade consiste em realizar essa missão.


Roberto Shinyashiki é psiquiatra e autor de 11 títulos, entre eles “Amar pode dar certo”, que completa 18 anos com a publicação de uma nova edição revisada e atualizada, em março.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Construindo Pontes

Conta-se que, certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito.

Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.

Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida, que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se amavam.

Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta. Ao abri-la notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.

Estou procurando trabalho- disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço que eu possa executar.

Sim! - disse o fazendeiro - claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo.

- Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise mais vê-lo.

Acho que entendo a situação - disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.

Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.

O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra.

O fazendeiro chegou da sua viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca!

Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do riacho.

Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: você foi muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei.

No entanto, as surpresas não haviam terminado.

Ao olhar novamente para a ponte, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com os braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte.

O carpinteiro estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou pediu-lhe emocionado: "espere! fique conosco mais alguns dias".

E o carpinteiro respondeu: "eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras pontes para construir."

E você, está precisando de um carpinteiro, ou é capaz de construir sua própria ponte para se aproximar daqueles com os quais rompeu contato?

Pense nisso!

As pessoas que estão ao seu lado, não estão aí por acaso.

Há uma razão muito especial para elas fazerem parte do seu círculo de relação.

Por isso, não busque isolar-se construindo cercas que separam e infelicitam os seres.

Construa pontes e busque caminhar na direção daqueles que, por ventura, estejam distanciados de você.

E se a ponte da relação está um pouco frágil, ou balançando por causa dos ventos da discórdia, fortaleça-a com os laços do entendimento e da verdadeira amizade.

Agindo assim, você suprirá suas carências afetivas e encontrará a paz íntima que tanto deseja.


Para terminar: "Que ninguém nos ouça, mas se você se sente só é porque construiu muros em vez de pontes"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma;

dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos..

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar'delete'.

Lembre-se de ficar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao seu lado, sempre.

(George Carlin)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A delicada arte de viver em Paz

Nosso tempo é turbulento, e as notícias nos chegam com tal velocidade que o mundo se torna muito pequeno, e as realidades de todos os povos, muito próximas de nós.

Alguns, mais conscientes, procuram formas de colaborar para que os problemas sejam minimizados de forma abrangente – movimentam-se, criam ONG’s ou fazem campanhas, ou simplesmente tomam medidas pessoais para que a sua própria existência e os seus hábitos diários não se tornem um peso excessivo para o ambiente, nem colaborem para agravar os problemas da humanidade.

Com certeza, estas atitudes trazem, para todos aqueles que as tomam, uma sensação de paz. Mas em nosso dia-a-dia, na rotina de nosso trabalho e de nossos relacionamentos pessoais, sentimos todos o peso do stress e do nervosismo que se tornou uma característica desta geração.

Somos constantemente pressionados pelo tempo cada vez mais curto, pela tecnologia cada vez mais avançada, pelos padrões de qualidade cada vez mais altos. Em nossas mãos está o poder de fazer um trabalho muito bem feito, seja qual for a área, e em nossos corações está a angústia de estar à altura das expectativas – e, sempre que possível, superá-las.

Hoje é fácil ser bom – então temos que ser os melhores! É mais fácil estudar – então temos que atingir os níveis mais elevados de preparação e produção intelectual. Temos muitos recursos ao nosso alcance – temos que atingir níveis técnicos primorosos.

Até mesmo em nossa vida pessoal somos levados a buscar a excelência. Temos que conciliar atividade profissional de sucesso com uma família bem estruturada, uma casa arrumada com filhos felizes e equilibrados, uma posição de destaque com tempo e disposição para receber amigos.

O grande desafio está em separar nossas emoções, e não deixar que uma área de nossa vida se sobreponha negativamente à outra. Podemos permitir que a alegria e a satisfação por um trabalho realizado com sucesso nos faça mais agradáveis e divertidos com nossos familiares. Mas temos que ter extremo cuidado para que o inverso, isto é, o nervosismo e a preocupação que acompanham um assunto especialmente difícil, não seja verdadeiro, e que não sobrecarreguemos a família com problemas dos quais ela não faz a menor idéia.

Mais fácil dito do que feito? Sim, muito mais!

É muito difícil separar emoções como se fôssemos duas pessoas, vivendo em dois mundos – ou mais. É muito difícil sorrir e ser gentil, ou compreensivo com relação às dificuldades alheias, quando nosso interior está em plena ebulição. É muito difícil deixar de lado, mesmo que apenas por um par de horas, aqueles problemas que temos e que precisam de uma solução urgente, que nós, e apenas nós, temos que encontrar.

Todos queremos estar em paz, e resolver as questões pendentes é um caminho necessário para se chegar a ela.

Por isso, o esforço tem que ser conjunto. Se um membro da família chega em casa perseguido pelos fantasmas do dia, cabe aos outros amenizar os efeitos de seu nervosismo. Se alguém fala mais alto, não devemos responder mais alto ainda. Se alguém reclama por algo que não está do jeito que esperava, é melhor corrigir da maneira mais rápida e eficaz possível, do que piorar as coisas tentando justificar. Esfriar as brasas, e não atiçar ainda mais a fogueira.

Podemos não ter poder sobre os acontecimentos, mas temos o poder de determinar a forma como reagimos a cada um deles.

Se quisermos viver em paz, temos que fazer a nossa parte. Não evitaremos as dificuldades nem as crises, mas colaboraremos para que o peso dos dias seja menor, e para que as pessoas que convivem conosco sejam mais felizes.

Não podemos ir cada dia ao trabalho pensando em como vamos responder para aquele colega que tanto nos irrita com suas reclamações constantes. Temos que encontrar maneiras de mostrar a ele, pacificamente, que os problemas são resolvidos mais facilmente quando todos trabalham juntos pelo mesmo objetivo.
A paz está em compartilhar as dificuldades, tornando-as mais leves e simples na medida em que ficamos mais confiantes e seguros com a presença e a colaboração de outras pessoas. A paz está em saber que não estamos sozinhos, e que resolver os problemas do mundo não está apenas em nossas mãos, enquanto o resto da humanidade apenas usufrui o resultado de nossos esforços. O mesmo princípio é verdadeiro para o pequeno universo de nossa vida – trabalho, família, amigos... às vezes, estamos tão mergulhados em nossos próprios problemas que não conseguimos ver que os outros enfrentam dificuldades também.

Viver em paz é uma arte, pois não depende de uma vida sem responsabilidades ou questões para resolver, mas sim de uma postura interior capaz de lidar com tudo isso, com calma e equilíbrio, de forma a desfrutar de todas as coisas boas que continuam a crescer e a se multiplicar ao redor – e apesar – de todos os nossos problemas.


Por: Denise Amaral

Portal Brasil

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Como lidar com a insegurança?

A insegurança está presente no dia-a-dia, seja vinda da sua direção ou na sua direção.

Ao ser inseguro, você abre espaço para a incerteza quanto a sua atuação, às suas decisões e principalmente à sua habilidade de ser profissional, porque insegurança tem a ver com posicionamento pessoal que nunca se separa de você, seja você quem for e onde quer esteja.

Isto significa que você deixa uma imensa porta aberta para possibilidades não aproveitadas, pois aos olhos dos outros, dificilmente você dá conta do recado e acaba por ser percebido como desnorteado.

Os inseguros anseiam pela aprovação alheia e se influenciam imensamente com esta, mesmo que esta signifique prejudicar-se ou aos outros de forma irrecuperável.

Lembre-se que é muito diferente você solicitar um conselho de alguém onde você ouve, reflete e decide o quê quer que seja; de você solicitar uma decisão de outro como se para decidir em seu lugar. Ouvir conselho não é insegurança é abrir a cabeça para outras visões.

Insegurança é deixar a sua decisão nas mãos dos outros e os responsabilizar por isso.

Chega ser uma covardia agir desta forma: passando a frente uma responsabilidade que é sua e fazendo de conta que você não é completamente responsável pelo que faz.

É obvio que nem sempre você pode estar 100% certo da direção a tomar para uma ação que realizará, mas mesmo assim, deve buscar a coragem dentro de você para fazer o que acredita ser o certo.

Tenha sempre claro que você é 100% responsável por suas próprias ações e decisões.

E dentre tudo isso, o desafiador é lidar com as próprias inseguranças e as inseguranças os outros.

O grande passo para resolver a própria insegurança, é assumir as suas responsabilidades de fato e de direito, sem se deixar seduzir pelo conforto da omissão, nem tampouco deixar-se manipular pela vontade alheia.

Desta forma você se blinda contra si próprio e deixa de ser apenas um figurante para as suas ações.

Sim, primeiro você se enfrenta, depois enfrenta o mundo.

Lidar com as inseguranças dos outros é muito mais complexo, no sentido de que não se tem controle sobre o que os outros fazem, mas se você mantiver a postura responsável e nunca, em hipótese alguma, deixar-se manipular, colocando sempre as cartas na mesa e agindo quando deve agir, com certeza blindará as ações dos inseguros em sua direção.

Há sempre àqueles que usam de artimanhas para repassar as suas próprias dificuldades para os outros, seja publicamente ou anonimamente. E com isso conduzem as suas ações de forma individual e com o foco em “salvar o próprio couro” todo o tempo.

É muito difícil assumir compromissos e responsabilidades, seja quando está tudo bem ou quando não está, mas estes que estão preocupados apenas com si próprios são os maiores colaboradores para disseminar insegurança aliada à manipulação.

No mundo dos negócios, você consegue perceber rapidamente as inseguranças e a manipulação.

Enxergue os ataques infundados, que são baseados apenas em percepções pessoais direcionadas para o desalinhamento, ou perceba os que preferem manterem-se anônimos e usam às ações do dia-a-dia com o objetivo de desestabilizar ambientes, ações, processos de negócios e pessoas.

Os inseguros não são os que tomam decisões mesmo que possam não parecer as melhores, por acreditar nelas; são os que não tomam decisões para responsabilizar o mundo pelo que lhes acontece.

Saiba lidar com a insegurança, sendo verdadeiramente responsável.

Assim você assume o que você pensa e o que você faz.

Assuma-se.

Sílvia Somenzi

sábado, 18 de setembro de 2010

Atenção, Intuição e Sincronicidade

Muitos de nós já devem ter percebido que, em certos momentos de nossas vidas, algum acontecimento ocorreu no local certo, no momento certo. Pode ter sido o encontro para o início de um grande amor, a pessoa que o indicou para seu atual trabalho ou o livro que você ganhou de presente que o fez refletir sobre sua vida. Porém, se refletirmos com mais profundidade, nos conscientizaremos que absolutamente tudo que aconteceu em nossa vida e todas as escolhas que fizemos no passado são responsáveis pela nossa atual situação.

De acordo com psiquiatra Carl Gustav Jung, criador do termo sincronicidade, esta energia está presente em toda nossa vida, porém são poucas pessoas que têm consciência destes acontecimentos. Isso se dá principalmente pela falta de atenção e presença no dia-a-dia.

Somos capazes de perceber a sincronicidade quando colocamos a nossa atenção em tudo o que fazemos. Através desta atenção, expandimos nossa percepção e entramos num estado de tranqüilidade, de paz interior e de receptividade. Manter um pensamento positivo e estar bem consigo mesmo são essenciais para perceber sincronicidades favoráveis ao nosso desenvolvimento.

A atenção é importante porque é através dela que podemos perceber como a sincronicidade está atuando em nós. É ela a responsável pela conexão com a Vida.

Já a intuição é nossa capacidade de perceber e sentir o que é certo para nós. É a voz do coração. É a sensação de que tal caminho é melhor que o outro em determinada situação.

Há diferentes níveis e qualidades de sincronicidades. Há sincronicidades das mais banais até aquelas que podem mudar completamente sua vida. Percebo que elas ocorrem a partir do estado interno e da intenção da pessoa. Quando temos uma intenção com relação à determinado assunto, é natural que nós também aumentemos nossa atenção para tal. Por exemplo, quando você tem a intenção de comprar determinado carro, pode ser que você comece a perceber carros idênticos ou semelhantes ao que você quer comprar à sua volta. Na verdade, eles já estavam lá. Apenas a sua atenção foi influenciada pela sua intenção de comprar o carro. Já o estado interno determina a qualidade das sincronicidades. Se você está desesperado ou agitado, sua atenção se volta para situações semelhantes e você tende a perceber sincronicidades com esta mesma qualidade.

Por isso, é importante primeiro voltar a atenção para si e perceber qual o estado interno que está presente em seu interior. E quando conseguir alcançar este estado de presença e serenidade, experimente olhar ao seu redor perceber as situações que estão acontecendo. Deste estado você saberá o que fazer. Isso em si, já é um processo de auto-conhecimento.

A atenção ajuda a desenvolver a intuição e com a prática deste estado interno você será capaz de perceber cada vez mais sincronicidades que poderão levá-lo adiante em sua vida. Um ótimo exemplo de sincronicidade é o próprio fato de você estar lendo este artigo agora. Pode ser que você não tenha tido consciência até agora de como chegou até aqui, mas com certeza a sua atenção, a sua energia da intenção de se desenvolver e a sua própria intuição fizeram com que neste momento você se encontre aqui.

Que você possa agora exercitar a atenção e intenção no seu crescimento e desenvolvimento pessoal como um todo e, dessa forma, viver plenamente.

Autor: Saulo Nagamori Fong

Pensamento Positivo

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Por que ter paciência faz você se sentir tão bem?

No processo do aprendizado da paciência, é importante a contemplação que traz autoconhecimento. Sem sentimento de culpa, sem se julgar, apenas contemplando, descubra porque você perde a paciência com você mesmo, com as outras pessoas, com seu trabalho, com os familiares, com as situações, com sua meditação.

Descubra sua impaciência, sua exigência e cobranças com você mesmo. Às vezes, você decide alcançar metas em pouco tempo e quando suas expectativas não são correspondidas, quando seus desejos não são satisfeitos, você perde a paciência.

Diz-se que quando um desejo é contrariado, surge a raiva. A raiva que é difícil de dominar, que é nosso maior inimigo, está vinculada à impaciência. E esse é o aspecto a ser mais trabalhado sobre a impaciência – sua ligação com o desejo e com a raiva.

Com a paciência, você cultiva a paciência. Precisa se lembrar da palavra paciência, contemplá-la e aplicar na sua vida diária. Ter a intenção de ser paciente, de cultivar isso aumenta sua capacidade de paciência.
Perceba como a pressa atrasa mais você, como pode se machucar, bater seu carro, ou deixar objetos caírem.

Observe como pode dizer palavras que não queria criando assim conflitos e desarmonias. Pode até fazer um julgamento apressado de alguém ou de alguma situação. Note como a falta de paciência o deixou fora de si e complicou ainda mais os problemas em vez de solucioná-los.

Sem paciência, você perde a beleza da vida, não saborea os detalhes, as sutilezas agradáveis de seus afazeres, de sua vida cotidiana. É a paciência que lhe permite sentir o valor do único momento que existe, o momento presente tão precioso.

A paciência é uma virtude que emerge e brilha do coração e pode ser aumentada com sua prática deliberada e constante. É necessário praticar a arte da paciência para nossa maturidade, inteligência emocional e evolução espiritual.
Com a paciência surge o sucesso, a prosperidade, a saúde, o bom humor. Você se torna uma pessoa mais amável, mais sábia e querida. As pessoas gostam de ficar perto de quem é paciente e gentil. Você terá mais amigos e poderá conviver melhor com sua família e com seus companheiros de trabalho.

Aprenda a colocar sua paciência em funcionamento. Alimente-a com a oração, com a meditação, e deixe que ela se irradie e brilhe de seu espírito. Expresse-a em suas palavras e ações.

Dê um tempo a você mesmo para apenas observar a respiração, para relaxar e gostar de estar em sua própria e boa companhia. Dê um tempo a si mesmo para praticar o apaziguamento, o silêncio interior, a quietude da mente.

Sinta-se confortável antes de fazer seus afazeres, apóie-se e goste de você. Ao fazer isso, você realiza melhor tudo o que faz e pode ser mais útil aos outros.

Para ter paciência, você precisa aprender a controlar seus pensamentos e ações. Observe mais sua mente, tenha vigilância sobre seus pensamentos. Escolha ser feliz, compreendendo os mecanismos da mente, e escolhendo pensamentos positivos e elevados.

Link do texto

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Temperança


Dizia alguém que a convivência exige um equilíbrio difícil. Também entre o corpo e a alma, matéria e espírito. Nessa convivência que se dá em nós; de matéria e espírito, quando se dá a separação dos dois, o resultado é a morte. Não se pode puxar demais para o lado do espírito, porque não somos anjos; nem demais para a matéria porque não somos animais. Para entender esse equilíbrio, pensei nas balanças antigas, com dois pratos. Colocam-se os pesos de um lado e do outro aquilo que se vai pesar. Quando o fiel da balança chega ao meio, sabemos qual é o peso. Mas há balanças falsificadas. Em nossa vida precisamos de balanças fiéis.
Fala-se em moderação, equilíbrio e evitar exageros; mas onde começa e termina o exagero? O grande exemplo que temos do equilíbrio perfeito é Jesus Cristo. Jesus vai a festas, jantares; não é um radical anti-alegria. Muitas vezes foi convidado para reuniões. Aceitava saborear as alcachofras, uvas, tâmaras, cordeiro assado, empada de peixe. Provavelmente elogiava a cozinheira, agradecia o convite, ria com as pessoas, num ambiente sadio e construtivo. Jesus Cristo multiplicou o vinho num casamento. Produziu entre 400 e 600 litros de vinho; converteu a água em vinho bom e o chefe da mesa, responsável pela bebida, elogiou o vinho. Cristo não condenou o gasto que os noivos fizeram para a festa, equivalente a uns 200 dias de trabalho. Ele sabia a importância que se dá a essa cerimônia. Também nós devemos buscar a autêntica moderação. Vivemos num mundo consumista, hedonista, não podemos cair num comodismo que leva a fugir de todo esforço.
Havia um homem que dizia: “Tudo com medida”→ alimentação comedida, bebida comedida, amor à esposa medido (tinha uma amante), religião medida (rezava uma vez por mês). Não é um moderado; esse homem é medíocre.
A palavra TEMPERANÇA é pouco usada. (Sophrosyne, do grego → composição de partes num todo). Temperamento é um modo de ser organizado. O clima temperado está equilibrado. O tempero da comida dá equilíbrio no gosto do alimento. Temperança é ordem e equilíbrio em nós mesmos. No rodízio de carnes é se controlar. É medir o que se bebe, não perder o autocontrole.
Diz um autor: A Temperança é voltar-se para si próprio de forma desinteressada e generosa; mas com abertura para Deus e os outros. A intemperança é uma autodestruição; desordem no todo. Decompõe e estraga forças que há no ser humano, dirigindo-as para o mal.
Forças boas existentes no ser humano:
-estritamente auto-conservação: subsistência, conservação da espécie
-auto-realização. O ser humano busca realizar-se
-auto-afirmação frente aos demais.
Na tendência para a conservação da espécie está a sexualidade humana. Se é exagerada, leva à decadência moral. Costuma-se dizer que foi uma das causas da queda do Império Romano.
A auto-afirmação é natural; mas seu excesso descamba para a vaidade. O exibicionismo doentio leva à perda da naturalidade.
O desejo louco de auto-realização leva à ambição e destruição da própria pessoa.
Por que esses exércitos de defesa se tornam auto-destruidores? Porque é próprio do ser humano bem constituído, amar a Deus em 1º lugar, aos outros em 2º e só olhar para si em terceiro. O lado doentio do amor-próprio volta-se só para si. Os descontrolados não são virtuosos. O avaro que não fuma nem bebe para economizar, não o faz por virtude; é egoísmo. Quem, por pura vaidade não come doce está dando culto ao “eu”.
A Temperança vigia e corrige a atuação humana. Corrige a tendência a colocar-se na frente de Deus e dos outros; a prevalecer sobre o próximo. Vamos ouvir o que o outro tem a dizer, pode ser que tenha uma parte de razão... Quem busca a sensação, fica escravo dos jogos de azar. A atuação da Temperança mostra que o justo meio é o cume entre dois abismos.
Vamos observar nossa vida aos olhos da Temperança. Estamos ignorando nosso compromisso para com Deus?
No coração do cristão tem que haver a postura de agradecimento. Elevemos o coração a Maria, que viveu a ordem plena; que ela nos guie no caminho da Temperança, para que possamos viver o amor de forma semelhante a ela.